domingo, 24 de janeiro de 2010

Onde o homem vai chegar?

Percorrer o mesmo caminho todos os dias me fez pensar nas diferenças sutis e gritantes às quais somos obrigados a nos deparar.

Andando um trajeto que vai do bairro onde moro, ao centro da cidade, e do centro a um bairro vizinho, me deparo com situações, que aos olhos dos outros passam desapercebidas, seja pela pressa ou por puro costume. São imagens, sons cheiros e por que não sabores? Muitas vezes agradáveis, mas também hostis, dependendo do espaço pelo qual atravesso.

Contrastes visíveis e por vezes até agressivos, ao longo do trajeto eu vejo. Pessoas de diversas raças e níveis sociais, que apesar das diferenças dividem o mesmo espaço em tal caminho, portanto ali, naquele exato momento são todas iguais. Cada qual com sua essência, seus princípios, de certa forma escravos do relógio ou do sistema, pois correm, se esbarram e se espremem dentro dos ônibus, entre os carros e pelas calçadas. Em meio a tudo isso me pergunto: o que cada uma dessas pessoas está pensando? O que cada uma dessas pessoas está sentindo? A julgar por cada fisionomia, arrisco a dizer que estão descontentes.

A diferença que surge ao transpor do bairro ao centro e depois novamente do centro ao bairro mostra descaso, sujeira, falta de educação. O centro, rua cheias de gente pra lá e pra cá, que não se preocupam com o espaço nem com o próximo, mas consigo mesma, para se proteger e conseguir chegar a algum lugar, que lugar? Lugar que as próprias pessoas no fundo desconhecem, pois na verdade não andam e sim são levadas pelos acontecimentos ou até mesmo pela falta deles. Já no bairro, edifícios imponentes, ruas mais limpas, com menor fluxo de pessoas a pé, porém a quantidade de carros é a mesma, entopem as ruas e todos de vidros fechados um exemplo do individualismo, e por que não egoísmo?

Chega a ser incoerente, um país onde ao caminharmos nas ruas corremos o risco de tropeçar em pessoas que se tornam invisíveis aos olhos da sociedade, pessoas esquecidas, sem nomes, sem vida, um país onde as pessoas não se importam com o próximo, quem vai se preocupar com o meio ambiente, com a natureza? O que foi feito do homem, onde ele pretende chegar? Ele acredita mesmo que está evoluindo ou correndo em direção ao retrocesso?

Chegou a hora, onde palavras e idéias não fazem mais a menor diferença. Acredito que é agora que o conhecido ditado “ações valem mais que palavras” tem que prevalecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário